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Hospital Universitário da UEPG recebe peça sobre violência contra mulher

A peça conta a história de uma mulher presa em um relacionamento abusivo, que luta para sair do ciclo de violência no casamento

A apresentação busca sensibilizar a equipe multiprofissional no atendimento a vítimas de violência. Foto: Jéssica Natal


Profissionais do Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa receberam, na manhã desta terça-feira (22), a peça ‘O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou’. A atividade acontece em parceria com a Casa da Mulher e busca sensibilizar a equipe sobre vivências de mulheres vítimas de violência doméstica.


A peça conta a história de uma mulher presa em um relacionamento abusivo, que luta para sair do ciclo de violência no casamento. A libertação vem ao final, quando a personagem decide denunciar o que viveu. “Atividades como essa são importantíssimas para o reconhecimento dos sinais de violência que a vítima está vivendo”, destaca a diretora acadêmica do HU, Elisângela Gueiber Montes. O reconhecimento dos sinais pode começar mesmo se a vítima procurou atendimento por outros motivos, de acordo com Elisângela. “A paciente pode vir buscar outro tipo de ajuda, mas deixa subentendido que precisa desse tipo de atendimento, então é importante para que o profissional que está na assistência possa reconhecer, pelo olhar, atitudes, e entender tudo o que a paciente vem passando”.


A fisioterapeuta Maria Beatriz Piovesan trabalha com atendimento a idosos e destaca a importância da peça para sensibilizar o olhar para o paciente. “Às vezes, alguns sinais passam batido por nós e, quando a gente vê que a violência é algo recorrente, começamos a ver os pacientes com outros olhos, tentando achar sinais do que pode ter acontecido em casa, então essa atividade foi bem importante”, ressalta.


A Michella França escreveu a peça em 2019, baseada em pesquisas e vivências pessoais. “Foi um expurgo de muitas coisas vividas, além de muito estudo e de fatos que acontecem todos os dias, lendo bastante, pesquisando resolvi colocar isso como teatro”. No figurino da atriz estavam, gravados nomes de mulheres que sofreram violência, como forma de homenagem. “É fundamental e essencial a missão que a arte tem de se comunicar em todos os lugares, especialmente nesses locais que estão fazendo atendimento qualificado a vítimas de violência”, salienta.


A apresentação busca sensibilizar a equipe multiprofissional no atendimento a vítimas de violência, como destaca a advogada da Casa da Mulher, Camila Sanches. “Também buscamos mostrar o porquê dessa mulher ficar no relacionamento, mesmo após sofrer violência. É importante que os profissionais entendam esse ciclo, já que isso proporciona um atendimento mais humanizado e com mais empatia pela vítima”.


Desde abril deste ano, o HU se tornou referência no atendimento a pessoas em situação de violência. A instituição realiza capacitações periódicas com profissionais, em busca de um atendimento cada vez mais humanizado. “É essencial que os profissionais que atendem vítimas de violência tenham empatia pelo paciente, que tenham um olhar sem preconceitos, para entender que a violência é muito mais complexa do que a gente imagina”, salienta a coordenadora do serviço técnico assistencial do HU-UEPG, Ines Chuy Lopes.


Após a escuta qualificada e os procedimentos do atendimento em saúde, o protocolo de atendimento do HU também acontece em parceria com Centros de Referência em Assistência Social, Delegacia da Mulher e Casa da Mulher, para que a vítima tenha a oportunidade de quebrar o ciclo. “Todos os procedimentos são feitos pelo HU acontecem de forma humanizada, com olhar sensível, por isso aqui hoje reforçou todas as nossas práticas”, finaliza Ines.


Da Assessoria

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