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Releitura de “A Cigarra e a Formiga” emociona público e destaca a arte como força vital na sociedade

  • Foto do escritor: culturacaopg
    culturacaopg
  • há 4 horas
  • 3 min de leitura


A Cigarra e a Formiga- GTPG| Foto: Maria Malucelli| CulturAção
A Cigarra e a Formiga- GTPG| Foto: Maria Malucelli| CulturAção

A programação da Maratona de Apresentações do GTPG ganhou um desfecho marcante nos dias 14 e 15 de novembro. Em ritmo acelerado e com criação inédita, o Grupo de Teatro de Ponta Grossa apresentou uma releitura impactante da fábula A Cigarra e a Formiga, no centro de cultura transformando a figura da cigarra em símbolo da vida artística e reforçando o quanto todas as demais profissões, que foram representadas pelas formigas, dependem da arte para existir e se manter vivas.


A edição deste ano também marcou a parceria entre o GTPG e a Companhia Municipal de Dança de Ponta Grossa, que integrou a programação com uma performance especialmente concebida para o Centro de Cultura. No acervo de obras expostas no local, os bailarinos apresentaram coreografias que dialogavam diretamente com as peças artísticas, criando um percurso sensorial entre movimento e imagem. Ao término da apresentação de dança, o público era conduzido aos salões do Centro de Cultura por uma integrante do GTPG já incorporada à personagem da joaninha, figura que permanecia “em cima do muro” entre o universo disciplinado das formigas e a liberdade criativa das cigarras, guiando tanto a narrativa quanto os espectadores rumo ao início da fábula encenada.


Dançarina da Cia Municipal de Dança performando no Acervo Municipal| Foto: Maria Malucelli| CulturAção
Dançarina da Cia Municipal de Dança performando no Acervo Municipal| Foto: Maria Malucelli| CulturAção

Em entrevista, o diretor do GTPG, Carlos Alexandre de Andrade comentou sobre as escolhas estéticas e conceituais dessa montagem, que emocionou o público e provocou reflexões sobre o papel do artista na sociedade.


Questionado sobre a motivação do grupo ao encerrar a semana de apresentações com essa fábula, ele destacou a urgência de reafirmar a importância cultural: “Eu acho que o grande objetivo foi mostrar que o trabalho da cultura é extremamente importante e vital para a sociedade, né? Sem arte as pessoas, elas não sobrevivem. Não é só cesta básica, pagar boletos e outras coisas que mantém o ser humano, mas a cultura e a arte ela é fundamental. A gente teve uma pandemia que mostrou isso muito bem, né? As pessoas não endoideceram, não surtaram por causa de séries, filmes, projetos online como teatro, música. Então a arte é uma grandeza de primeira linha. Ela precisa ser mantida para a sociedade sobreviver.”


A encenação trouxe ao palco uma história conhecida, mas com abordagem inédita, o que, segundo Andrade, significou um desafio criativo: “Esse texto sempre me incomodou porque ali já tem um grande pré-conceito, um conceito estabelecido de que artistas não trabalham, que artistas são vagabundos. Então, sempre me incomodou isso e aí um dia eu falei: ‘Em algum momento eu respondo à altura, em algum momento eu dou o troco’. Eu acho que chegou o momento e eu acho que o GTPG fez um excelente trabalho, acho que conseguiu colocar a minha ideia dentro da prática emocional, público, trazer realmente o sentido da arte para nossa vida.”


Fotos: Maria Malucelli| CulturAção


A apresentação foi construída para atingir espectadores de todas as idades, apesar da origem infantil da obra. O diretor reforça que essa amplitude foi uma intenção clara desde o início: “Eu queria impactar todos, falar com todos. Crianças, adolescentes, adultos, e assim, eu acho que foi um objetivo concluído porque o teatro é isso. O alcance das pessoas, o elemento que nos guiou foi a esperança, a esperança de um mundo melhor, esse foi o grande elemento. E depois a gente colocar o nosso trabalho, como a própria canção fala né? ‘Quando eu soltar a minha voz, por favor, me entenda’.”


Ao final, Andrade ressaltou como a peça reverberou especialmente entre artistas, mas também alcançou quem normalmente não frequenta atividades culturais: “Nossa peça é uma peça para nós, artistas, que fala sobre nós e de conscientização para o público. Para quem gosta de consumir arte, mas também queria muito ter pessoas aqui que não consomem tanto e tivemos nesses dois dias e as pessoas saíram emocionadas. Então, acho que a gente já cumpriu nossa missão nesses dois dias.”


A montagem se consolidou como um dos momentos mais tocantes da maratona, reafirmando a força da arte como necessidade humana e ferramenta de sobrevivência emocional.

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