Livro de Michella França reforça o papel da arte no combate à violência contra a mulher
- culturacaopg

- há 4 horas
- 3 min de leitura

Na noite da última terça-feira (4), a Estação Hub se transformou em um palco de reflexão, empatia e resistência com o lançamento da segunda edição do livro “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”, de Michella França, atriz, diretora e dramaturga reconhecida pelo compromisso com a arte transformadora. Baseada no espetáculo homônimo, a obra apresenta o monólogo completo que dá voz a mulheres que enfrentaram diferentes formas de violência, sendo elas: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual e encontraram na arte uma forma de reconstrução.
Michella explica que o livro nasce do desejo de ampliar o alcance da mensagem da peça e servir como um instrumento de apoio e conscientização. “A pretensão deste livro é ser mais uma ferramenta nesse trabalho de combate à violência contra a mulher. A ideia dele é que chegue nas mãos das pessoas que estão vivendo isso para que possam entender esse ciclo de abusos e consigam sair dele”, afirma a autora.
A chefe de gabinete da Prefeitura de Ponta Grossa, Tânia Maria Sviercoski, ressaltou a importância de ações que incentivem o diálogo e a denúncia. “Ponta Grossa tem um índice de violência doméstica alto, mas esse dado é um reflexo de que as mulheres na nossa cidade são incentivadas a denunciar e a fazer um boletim de ocorrência. É resultado do trabalho desenvolvido pela rede de apoio do município, mas também por iniciativas como esse livro, que encoraja as vítimas a falarem sobre o assunto e a buscarem apoio”, destacou.
A psicóloga Ivana Carvalhal, que atua há mais de uma década no enfrentamento à violência de gênero, também participou do evento e reforçou a importância da conscientização sobre os sinais do abuso. “A mulher que sofre violência tem dificuldade, inclusive, de perceber que ela está num relacionamento abusivo. Se ela percebe, fica justificando a violência como se ela fosse merecedora daquilo. Ter esse entendimento e tomar coragem para dizer basta, é também um resgate da autoestima”, observou.
Projeto “Mulher, Consciência e Ação”
O lançamento integra o projeto “Mulher, Consciência e Ação – 4ª Edição”, que utiliza a arte como ferramenta de educação e prevenção à violência contra a mulher. Criado em 2019 pelo Grupo Dia de Arte, o projeto nasceu após o sucesso do espetáculo “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”, monólogo que conta a trajetória de uma mulher em um relacionamento abusivo de 15 anos, marcada por dor, mas também por superação e libertação.
Ao longo de seis anos, a peça foi apresentada em mais de 200 sessões, acumulando prêmios de melhor cenário, maquiagem e texto original. Nesta nova edição, o projeto levará o espetáculo e ações educativas a escolas públicas de Castro, Carambeí, Palmeira, Imbituva e Tibagi, com palestras e rodas de conversa conduzidas pela assistente social Bruna Woinorvski de Miranda, especialista em enfrentamento à violência contra a mulher.
A iniciativa foi aprovada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, do Ministério da Cultura, e conta com produção executiva do Grupo Dia de Arte e da ABC Projetos Culturais.
Agenda de Apresentações – Projeto “Mulher, Consciência e Ação”
06/11 – CASTRO
Colégio Estadual do Campo Castrolanda
Colégio Estadual Padre Nicolau Baltazar
07/11 – PALMEIRA
Colégio Estadual do Campo Henrique Stadler
Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola Getúlio Vargas
13/11 – IMBITUVA
Colégio Estadual do Campo Jeocondo Waldemar Bobato
Colégio Estadual Santo Antônio
14/11 – CARAMBEÍ
Colégio Estadual do Campo Dra. Zilda Arns Neumann
Colégio Estadual Cívico Militar Eurico Batista Rosas
27/11 – TIBAGI
Colégio Estadual do Campo João Francisco da Silva
Colégio Estadual do Campo Baldomero Bittencourt Taques
Com informações: Assessoria







Comentários