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  • Foto do escritorMateus Pitela

‘Glass Onion’ entrega sequência ágil e divertida

Apesar de entregar um mistério menos intrigante que seu antecessor, ‘Glass Onion’ compensa com a sua dinâmica de personagens e ritmo acelerado

Assim como no primeiro filme, o principal atrativo de ‘Glass Onion’ está em seu elenco. Foto: Divulgação


Sucesso inesperado de 2018, ‘Entre Facas e Segredos’ conquistou aclamação ao subverter as expectativas de um mistério whodunit do avesso e extrair algumas das melhores atuações das carreiras de seu elenco. Em ‘Glass Onion: Um Mistério Knives Out’, Rian Johnson pode até não manter a sensação de frescor da aventura original do detetive Benoit Blanc, mas, graças a performances incríveis de seus atores e reviravoltas bem alocadas, o diretor entrega uma ótima sequência.


Assim como no primeiro filme, o principal atrativo de ‘Glass Onion’ está em seu elenco e em como esses atores, cujas carreiras sempre pareceram seguir caminhos diferentes, funcionam em conjunto. Liderados por Daniel Craig, que mais uma vez se transforma no papel de Blanc, o elenco todo faz um trabalho impecável, com Kate Hudson inclusive entregando sua melhor atuação desde ‘Quase Famosos’, lançado há mais de 20 anos atrás. Mesmo Jessica Henwick e Madelyn Cline, que têm papéis secundários em comparação ao resto do elenco, fazem um ótimo trabalho ao servirem como representantes do público.


Os Personagens

Mais do que o mistério central do filme, os personagens, e a forma como Johnson os escreve, acabam sendo a parte mais atrativa de ‘Glass Onion’. A cada cena que passa, o espectador acumula mais e mais raiva de cada um dos Disruptores, nome dado ao grupo pelo personagem de Norton, de modo que é difícil chegar ao terceiro ato sem querer que todos eles acabem atrás das grades.


A única grande fraqueza do roteiro está no mistério central. Ao contrário do que fez no primeiro filme, Johnson guarda a identidade da vítima até o segundo ato de ‘Glass Onion’. A revelação do assassinado surpreende, mas se torna bem menos impressionante quando Blanc inevitavelmente descobre o culpado e seus motivos. Através do detetive, o próprio cineasta admite a obviedade da revelação com um diálogo que soa mais como uma autocrítica do que com a reconstrução de fatos tradicional no gênero de whodunits.


Embora se perca em alguns pontos do roteiro, Johnson compensa esse deslize com sua direção afiada. Mais dinâmico e ágil que seu antecessor, ‘Glass Onion’ mantém o espectador na expectativa graças a seus cortes bem colocados e à forma como cada suspeito é enquadrado por todo o filme.


Menos surpreendente, mas tão divertido quanto seu antecessor, ‘Glass Onion’ segura a atenção do público com suas atuações incríveis e tem potencial para satisfazer até o mais exigente dos fãs de mistérios investigativos

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