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  • Foto do escritorHurlan Jesus

Tupinanquim comemora 25 anos de existência nesta semana 

Atualizado: 9 de fev. de 2023

Projeto elaborado pelo artista ponta-grossense Erick Artmann, celebra mais de duas décadas de produções

Personagem de Erick Artmann, Tupinanquim celebra 25 anos de existência. Foto: Divulgação


Nesta semana, mais precisamente na última segunda-feira (05), foi celebrado os 25 anos do “Tupinanquim”. O personagem teve sua primeira aparição pública no dia 5 de fevereiro de 1998, estreando e estrelando em uma exposição de histórias em quadrinhos na galeria de artes do Sesi de Ponta Grossa. Nesta mesma data, foi realizada também uma matéria que divulgava a exposição, e Tupinanquim apareceu pela primeira vez em um jornal impresso da cidade.


Erick Artmann, criador do personagem, comenta como tudo começou, “Eu iniciei a fazer quadrinhos na adolescência, nos anos de 1980, com temas que iam da ficção científica e super-heróis ao terror. Até início dos anos de 1990 publiquei em fanzines, mas uma parte de minhas criações, tinham super-heróis e traziam como tema a defesa do meio ambiente”, recorda o artista.

Personagem de Erick Artmann, Tupinanquim celebra 25 anos de existência. Foto: Reprodução

A inspiração de Erick para a criação de Tupinanquim foi a paternidade, como ele mesmo diz, “Depois que me tornei pai, por volta de 1994, surgiu a ideia do primeiro personagem infantil, inspirado no meu filho e já com o nome ‘Tupinanquim’. Mas o personagem era um menino loiro e a única coisa indígena que ele tinha era o corte de cabelo estilo tigela ou ‘surfista’ (denominação do corte de cabelo na época)”, relembra Erick.

Personagem de Erick Artmann, Tupinanquim celebra 25 anos de existência. Foto: Reprodução

A denominação “Tupinanquim” é um trocadilho com a etnia indígena tupiniquim com a tinta usada para o desenho HQ, nanquim. Os traços atuais do personagem, adotando a identidade de um indígena, aconteceu em 1997, após Erick aprofundar seus estudos sobre a cultura dos povos originários e sua participação de defesa ao meio ambiente. “Percebi que o Tupinanquim teria que ter uma origem indígena e tendo a preservação da natureza e a cultura nativa suas principais temáticas”, explica o artista.


Erick Artmann, comenta que ao criar o personagem ele quis explorar a diversidade étnica e cultural do povo brasileiro. O próprio Tupinanquim é filho de indígenas de duas etnias diferentes: pai tupiniquim de uma aldeia do Espírito Santo e mãe guarani de uma aldeia daqui do Paraná. Tupinanquim tem uma irmã mais jovem, a Potykytã, que em tupi significa “Botão de flor”, e fazem parte de sua turma, o Wolfgang e o Félix, descendentes de alemães, inspirados nos filhos do produtor. O grupo ainda tem a Beta, na qual é a cientista da turma, e o Zwmby, o menino negro cujo nome homenageia Zumbi dos Palmares, mas é apenas um menino comum que vai se conscientizando desse legado ao longo do tempo. “Essa foi a turma inicial criada ainda em 1997, ano em que desenhei algumas histórias curtas e tiras, depois, é claro, cresceu e se diversificou ainda mais”, comenta o autor dos personagens.


Tupinanquim sempre está envolvido na defesa da natureza e preservação do meio ambiente. Foto: Reprodução

Em 1998 o Sesi de Ponta Grossa inaugurou sua galeria de artes, foi nessa ocasião que Erick Artmann recebeu o convite para apresentar seus trabalhos. Além de Erick, também foram expostos trabalhos de outros artistas locais como Fábio Chibilski, Rodrigo Stella, Gladson Marques, Eguelson Almeida e Israel Moleta. Tupinanquim foi a estrela do evento, porque era o personagem com mais páginas. No mesmo dia da exposição, o jornal Diário dos Campos divulgou a inauguração da galeria, a exposição e publicou uma tirinha do Tupinanquim. Por essas razões, o autor celebra esta data (5 de fevereiro) o “aniversário” de Tupinanquim.




No ano de 2004 o Tupinanquim teve alguns gibis educativos encomendados pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa para distribuição em escolas: “Tupinanquim e o Estatuto da Criança e do Adolescente” e “Tupinanquim e a Princesinha dos Campos Gerais - Os arroios urbanos de Ponta Grossa”. Estas duasobras foram publicadas. Um terceiro, sobre o Estatuto do Idoso, acabou não sendo publicado, embora Erick tenha entregue o trabalho concluído.


Após o trabalho para a Prefeitura, no ano seguinte, Erick começou a publicar o material do curumim urbano na web. O artista publicava no Geocities e Fotolog (ambas extintas) e no Blogspot. Atualmente as publicações são feitas no Facebook, Instagram, e Twitter; além de pequenos curtas-metragens no Youtube. “Uma das coisas mais bacanas que aconteceu depois que comecei a publicar o Tupi no Instagram, foi o contato com indígenas, de várias etnias, que usam largamente essa rede. Com esses contatos, estou tendo uma troca que enriquece o universo do Tupinanquim, especialmente no que diz respeito a essas culturas nativas”, explica Erick.

Alguma das edições das revistas em quadrinhos de Tupinanquim. Foto: Reprodução

A transição entre os quadrinhos e a animação sempre foi algo almejado por Erick Artmann desde o início das produções, uma vez que ele já estava visando a evolução tecnológica e o acesso massivo das pessoas à tecnologia. O produtor cultural já desenvolvia os primeiros trabalhos em 2D para a internet logo no início dos anos 2000. E em 2019, o artista começou a desenvolver os trabalhos em 3D, embora ainda sofra com dificuldades técnológicas e recursos para a produção em três dimensões.


Conheça Tupinanquim

Tupinanquim é um personagem indígena, tendo seu pai de uma tribo tupiniquim do Espírito Santo e mãe guarani de uma aldeia paranaense. Além de ser indígena e defender a natureza, ele é um personagem urbano, com acesso à tecnologia e toda a cultura moderna. Suas histórias têm contextos que podem ocorrer em qualquer cidade, a fim de que o curumim tenha alguma identificação com crianças e jovens de toda e qualquer parte do Brasil. A cidade que Tupinanquim vive é Itaquessaba, uma cidade fictícia do interior do Paraná, com algumas características da cidade de Ponta Grossa (cidade natal do autor), mas também de outras cidades menores, um pouco mais bucólica e romanesca, incrustada em uma paisagem à beira dos arenitos da escarpa devoniana. Nas histórias, Tupinanquim também tem seu grupo: sua irmã mais jovem, a Potykytã (significa Botão de flor), os amigos Wolfgang e Félix (descendentes de alemães); Beta, a cientista da turma e Zwmby (nome em homenagem a Zumbis dos Palmares) e seu avô Tapejara.


As histórias de Tupinanquim e seu grupo podem ser encontradas no Instagram, Facebook, Youtube, Twitter e Blogspot.

Foto: Reprodução

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