Projeto Música para Todos conquista prêmio nacional do Conselho Nacional de Justiça

Foto: Joyce Clara| Divulgação

Reconhecido por transformar realidades por meio da arte, o projeto Música para Todos, de Ponta Grossa, foi premiado com o primeiro lugar no Prêmio Prioridade Absoluta, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A iniciativa venceu na categoria Magistratura/Serventuário do Judiciário, dentro do eixo Medidas Protetivas. A cerimônia oficial de entrega acontece na segunda-feira (27 de outubro), em Brasília, e destaca projetos que promovem o fortalecimento dos direitos de crianças e adolescentes em todo o país.

Com apoio da Vara da Infância e Juventude de Ponta Grossa, o Música para Todos oferece aulas gratuitas de música a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, ensinando fundamentos musicais e o uso de instrumentos como violão, teclado, flauta, ukulele e percussão.

Segundo a juíza Noeli Salete Tavares Reback, responsável pela Vara da Infância e Juventude, o projeto representa uma poderosa ferramenta de transformação.

“A ideia do Música para Todos é justamente resgatar esses meninos e meninas, principalmente aqueles mais vulneráveis. É uma iniciativa de extrema relevância, tanto no aspecto da dignidade, do resgate de situações ou de demandas que envolvem essas crianças e adolescentes”, define.Ela acrescenta que o reconhecimento nacional reforça a importância do programa:“Ser destaque numa premiação nacional, em um concurso que o Brasil inteiro participou, nos coloca num patamar de seguirmos em frente com a iniciativa, nos dando ânimo para irmos em busca de novos parceiros e de apoio constante.”

O coordenador do projeto, Ricardo Côrrea, afirma que o êxito é resultado de um esforço coletivo. Ele destaca que a proposta vai além da música, proporcionando momentos de autoconhecimento, disciplina e superação.

Criado em 2016, o Música para Todos já beneficiou mais de 600 crianças e adolescentes de Ponta Grossa e região, acolhidos por instituições sociais, comunidades terapêuticas e unidades socioeducativas. Em 2025, o programa atendeu 90 alunos entre 9 e 17 anos, divididos em nove turmas, com aulas no CEU das Artes e em diferentes entidades parceiras. O encerramento do ano foi marcado pelo Festival Música para Todos, em que os jovens apresentaram o que aprenderam ao longo do curso.

Para a assistente social aposentada Ângela Maria Skowron da Silva, uma das fundadoras do projeto, o crescimento é motivo de orgulho.

“Hoje, após quase 10 anos, o projeto só cresceu e foi transformando vidas. E os nossos jovens precisam desse acolhimento, dessa cultura, dessa socialização.”Ela acrescenta:“A sensação é de realização por ter iniciado um projeto desse tamanho, que na época era tão pequeno, mas que hoje está demonstrando a capacidade de transformar vidas e absorver mais adolescentes e crianças da nossa cidade.”

A assistente social Mariele Villasboas, do Instituto João XXIII, também testemunha os impactos positivos.

“Os estudantes que participaram do projeto, principalmente aqueles que não tinham nenhum contato com a música, ficaram muito mais sociáveis. Eu observei um dos alunos que é muito tímido e estava nervoso, mas saiu super bem na apresentação.”

O Música para Todos foi viabilizado em 2025 com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e do Ministério da Cultura, e contou com a produção executiva da ABC Projetos Culturais.

Com informações: Assessoria