Projeto leva música ancestral e cultura indígena a instituições de Ponta Grossa
- culturacaopg
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Crianças e idosos de Ponta Grossa tiveram a oportunidade de vivenciar de perto a riqueza da cultura indígena e andina por meio do projeto “Flautas Ancestrais Indígenas: resgate e valorização”. A iniciativa realizou três apresentações nesta semana: duas na quarta-feira (24), na Associação de Promoção à Menina (APAM), e uma na sexta-feira (26), na Casa de Repouso São Francisco de Assis.
O projeto é idealizado pelo músico e professor Luis Javier Paredes, que desde a infância tem contato com a música e a tradição inca. Com produção da Dali Projetos Criativos e da ABC Projetos Culturais, a proposta conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e recursos da Política Nacional Aldir Blanc, via Ministério da Cultura.
Segundo Javier, a motivação surgiu a partir da vivência em sala de aula, quando percebeu a dificuldade dos alunos em compreender a existência e o valor de uma identidade cultural própria. “Os não-indígenas têm uma outra forma de olhar. Então, esse foi o motivo principal pelo qual eu tive a necessidade de poder mostrar essa parte cultural e musical, para que eles pudessem entender também o outro lado”, relata.
As apresentações não apenas exibiram instrumentos ancestrais e melodias tradicionais, mas também abriram espaço para reflexões sobre diversidade e identidade. “E ainda, a importância de mostrar isso para as pessoas, porque muitas não têm acesso ou facilidade de poder ver um show, um evento cultural”, acrescenta Javier.
Na visão da Irmã Itelvina Miranda Vieira, coordenadora da APAM, a experiência trouxe encantamento às crianças. “A música eleva o espírito, eleva a alma e acalma as crianças”. Ela também destacou o valor pedagógico da ação, já que os alunos puderam manusear os instrumentos e conhecer mais de perto as flautas.
No caso da Casa de Repouso São Francisco de Assis, a emoção tomou conta do público, como destacou o educador físico Guilherme Jacopetti: “Hoje deu pra ver as pessoas idosas que residem aqui emocionadas e felizes, principalmente nas músicas mais antigas, onde era perceptível a emoção em relembrar o passado. Foi um momento que com certeza vai ficar marcado na vida deles”, declara.
Além das apresentações, o projeto vai percorrer 10 cidades dos Campos Gerais, entre elas Ipiranga, Ivaí, Tibagi, Piraí do Sul, Palmeira, Porto Amazonas, São João do Triunfo, Castro, Ponta Grossa e Carambeí. A programação inclui palestras educativas sobre instrumentos indígenas, oficinas para confecção da panflute e concertos com repertório folclórico.
Música e espiritualidade
Na tradição andina, as flautas não são apenas instrumentos musicais: elas carregam um simbolismo espiritual. O som do vento, ao atravessar o instrumento, é visto como capaz de curar, transmitir alegria e tocar a alma, acompanhando os povos desde o nascimento.
Como explica Javier, a apresentação vai além da música em si: “A gente mostra e apresenta o nosso contexto cultural, porque muitas vezes as pessoas veem nossos instrumentos, ouvem nossas músicas, e até se emocionam, mas não conseguem entender o porquê desse sentimento ou o porquê dessa emoção”.
Com informações: Assessoria
Comentários