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Peça inspirada nos poemas de Carolina Maria de Jesus inicia a programação do terceiro dia no 53º Fenata

  • hassliviamaria
  • há 4 horas
  • 2 min de leitura
Foto: Lívia Maria Hass
Foto: Lívia Maria Hass

Na manhã de terça-feira (12), a Praça Santos Andrade foi palco do espetáculo “À Flor da Pele” no terceiro dia do 53º Festival Nacional de Teatro. Apresentado pelo Grupo Teatral APanelA, o espetáculo teve cerca de 40 min de duração e reuniu um público de todas as idades em frente a Universidade Estadual de Ponta Grossa para prestigiar a mostra de Teatro de Rua.


Inspirados pela obra Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus, o grupo APanelA de Riberião Preto, São Paulo, pesquisou, selecionou e estudou os poemas de Carolina que tratavem de temas sociais e cotidianos. A ideia surgiu através da atriz Ju Marques, membro do elenco de “À Flor da Pele”, que sentiu-se inspirada pelas obras da escritora. “Lendo a introdução de Quarto de Despejo, eu notei os outros escritos dela. E fui atrás para ler as poesias”, explica. 


A narrativa gira em torno dos personagens criados por Carolina, que enfrentam os obstáculos da trajetória pela busca da felicidade. “Eu sou uma mulher negra de pele clara. Nunca tive o intuito de idealizar a biografia da Carolina. Carolina foi uma mulher negra de pele retinta. Mas, montar algo a partir dos personagens que ela criou, era possível”, explica. 


Foto: Lívia Maria Hass
Foto: Lívia Maria Hass

Ju Marques explica que assim como Carolina Maria de Jesus transformava esses temas em riso, a peça busca utilizar o humor e a música como elementos que participam da narrativa e entregam o alívio cômico para o público. “A idéia é falar de problemas por meio do riso de alguma forma. São temas que trazem revolta. Mas a gente tenta sempre não cair só no discurso, porque a gente acredita que a vida já é difícil”, afirma. 


Ligiane Ferreira é uma atriz ponta-grossense que, dessa vez, esteve do outro lado, na plateia, para prestigiar a apresentação do grupo. “Essa proximidade com os estudantes, na rua, eu acho fantástico. Porque a obra de Carolina Maria de Jesus conversa muito com essa liberdade, com essa quebra de paradigma”, afirma. 


O Grupo Teatral APanela está há sete anos em atividade. Mas estreou no Fenata em 2024 com a peça “AnDança da Morte e dUmZé”. Já “À Flor da Pele” estreou em abril de 2025 nos bairros periféricos de Ribeirão Preto, onde nasceu o grupo. 


O ator e produtor cultural Milher Peres, que também faz parte do elenco, explica que a criação do grupo surgiu da necessidade de democratizar o acesso ao teatro nos bairros periféricos da cidade. “Todos nós viemos da periferia, a gente mora em bairros periféricos. E a gente não teve acesso ao teatro. Não tem teatro nos nossos bairros. Então foi assim que a ideia surgiu”, conclui. A peça foi exibida em escolas da rede pública e nas ruas de Ribeirão. 


Foto: Lívia Maria Hass
Foto: Lívia Maria Hass

O espetáculo foi gratuito, aberto ao público e contou com a presença de estudantes do Colégio Cívico-Militar Eurico Batista Rosas, da cidade de Carambeí. Além disso, ele reuniu, em média, 100 pessoas que puderam levar para cada um dos poemas de Carolina Maria de Jesus. 


Por Lívia Maria Hass sob supervisão de Maria Malucelli


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