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Longa-metragem gravado em Ponta Grossa estreia reunindo cinco olhares sobre a juventude

  • Foto do escritor: culturacaopg
    culturacaopg
  • há 1 dia
  • 4 min de leitura
Equipe e elenco reunido| Foto: Maria Malucelli| CulturAção
Equipe e elenco reunido| Foto: Maria Malucelli| CulturAção

O CinePG recebeu, na última semana, a estreia do longa “Ponta Grossa, Não Sei Se Te Amo”, produção filmada inteiramente na cidade e composta por cinco curtas-metragens dirigidos por Ana Torres, Gabriel Chemim, Carol Müller, Gabriel Borges e Victor Bussolini.


A proposta do filme é apresentar um retrato plural da juventude ponta-grossense, por meio de narrativas que se conectam, mesmo tendo sido concebidas de forma independente. Segundo os realizadores, a preocupação central foi manter uma unidade estética e narrativa, alcançada por meio de leituras coletivas dos roteiros, utilização de uma mesma equipe técnica e adoção de um foco temático comum.


Além da exibição, o lançamento abriu espaço para reflexões sobre os desafios de produzir cinema em uma cidade que ainda não possui um polo audiovisual estruturado. O contato com artistas locais e o apoio da comunidade foram apontados como essenciais para a realização.


Durante o último dia da programação de estreia, os diretores Gabriel Chemim, Gabriel Borges e Ana Torres conversaram com o CulturAção sobre o processo criativo.


Questionado sobre como foi dividir a direção e manter a unidade do longa, Gabriel Borges relembrou: “Uma coisa que mudou muito a nossa vida foi ler o roteiro juntos. E daí a gente começou a entender o que cada um queria fazer e também aproximar os filmes dessa maneira. E uma coisa que criou muita unidade foi a gente ter a mesma equipe para todos os curtas. Então, a gente tinha cinco diretores que estavam trabalhando em todos os filmes, mas, ao mesmo tempo, toda a equipe trabalhando em todos os filmes, que era justamente essa ideia do longa. São episódios independentes, histórias independentes, mas que estão simultaneamente ligadas por um projeto único.”


Sobre como cada um trouxe sua visão particular da cidade, Gabriel Chemim afirmou: “Acho que tem um lugar de trazer memória. Então, o meu filme busca muito olhar para um espaço com um novo olhar, mas, ao mesmo tempo, resgatando como eu olhava para ele antes. Então, é muito esse encontro entre o que foi, o que ele é hoje e o que vai para tela, encontrando um filme.”


Ana Torres destacou a experiência de olhar Ponta Grossa de fora: “Acho que cada diretor teve as perspectivas diferentes e eu não sabia nada, não conhecia a cidade, eu vim uma vez para um festival que o Borges estava fazendo curadoria. Então, o meu objetivo foi tentar trazer essa perspectiva de alguém que está de fora, mas ainda tem coisas que encantam assim na cidade.”


Já Gabriel Borges ressaltou a ligação pessoal com o bairro onde gravou: “Pra mim, tinha uma coisa para mim muito especial. Porque eu fiz o filme no bairro em que cresci, onde eu morei a vida praticamente a vida toda desde os 10 anos. Então, tinha uma coisa muito especial que não tem a ver com memória, mas também tem a ver com querer ver a imagem do bairro no cinema. E não só querer ver a imagem como se ‘Ah não, a gente vai lá e só filma mais ou menos'. Era criar imagens interessantes do bairro e não só do bairro, mas de pessoas habitando esse lugar. Então, tentar inventar histórias que pudessem partir dessa micro realidade que caracterizava aquele espaço, me interessava muito.”


A falta de um polo audiovisual estruturado foi apontada como um desafio. Gabriel Borges comentou: “Pensando no projeto como um todo assim, acho que a maior dificuldade para a gente foi esse começo e um contato com as pessoas que estavam fazendo cinema na cidade. Porque mesmo que a gente estivesse aqui e andasse por aqui, a gente não estava fazendo cinema aqui. Então, como que a gente vai encontrar as pessoas que estão trabalhando com o cinema já em Ponta Grossa, mesmo que essas pessoas não estivessem trabalhando muito profissionalmente ou conseguindo viver de cinema? Daí a gente conseguiu encontrar, por exemplo, a Larissa Brandão, que tava trabalhando com audiovisual, com videoclipes, daí ela começou a trabalhar com a gente partindo de produção de locação, trabalhar com a Nataly Lima, que já fazia seus filmes aqui, daí fez produção de filme com a gente, enfim... conseguimos encontrar pessoas que também estivessem trabalhando com o cinema na cidade e daí o encontro com os atores também foi fundamental. E daí todo esse processo partiu muito disso, assim, de a gente entrar em contato com a cidade, com as pessoas que estavam fazendo tudo já aqui, que a gente sabia que a gente não estava chegando numa terra arrasada. A gente estava chegando num lugar em que as pessoas estão trabalhando, estão pensando, estão fazendo.”


Para Gabriel Chemim, apesar das dificuldades, a recepção local surpreendeu: “A gente teve uma acolhida muito grande, sabe? De espaço de pessoas, de tudo… Tudo o que a gente achava que talvez seria uma dificuldade por uma falta de desconhecimento, de como é uma produção do cinema… mas, ao mesmo tempo, a gente se sentiu muito acolhido para fazer esse filme, assim, que facilitou muitas coisas.”

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