Festival Música para Todos emociona público e destaca o poder transformador da arte
- culturacaopg
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Na última quinta-feira (16), o auditório da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) foi tomado por aplausos, emoção e boas melodias. Cerca de 90 crianças e adolescentes atendidos pela Vara da Infância subiram ao palco para apresentar o resultado de um ano inteiro de aprendizado no projeto Música para Todos, iniciativa que une ensino musical e inclusão social.
O evento marcou a primeira edição do festival que leva o mesmo nome do projeto e teve como propósito celebrar a arte como ferramenta de transformação e convivência. Os jovens mostraram talento e dedicação em um repertório que passeou por clássicos da música popular brasileira, como Anunciação, de Alceu Valença, e Asa Branca, de Luiz Gonzaga, até sucessos contemporâneos como Tudo vai dar certo, do Natiruts, Dias Melhores, da banda Jota Quest, e Flor e o Beija-Flor, de Marília Mendonça.
Entre os participantes, o entusiasmo era visível. O jovem Caio Bruno Marcelino Strack, do Instituto João XXIII, contou que a experiência foi marcante. “Eu aprendi coisas sobre educação tocando bateria. No projeto, a gente entendeu a importância de se programar e fazer as coisas em conjunto”, relatou. Sobre sua estreia nos palcos, ele acrescentou: “Eu nunca tinha me apresentado, foi uma experiência muito legal. É uma sensação gostosa quando você vê as luzes no palco. Dá um nervoso, mas também é incrível se sentir assim.”
A estudante Gabriela Ribas Morais, do Centro de Convivência Nossa Senhora de Fátima, também expressou seu nervosismo e alegria. “Dá muito nervoso e medo de errar, mas deu tudo certo e foi muito legal”, disse. Já Amanda Negrelo, colega de Gabriela, destacou o papel do aprendizado: “As aulas foram maravilhosas. O professor Ricardo é um profissional muito bom, ensina super bem e ele sempre ajuda a gente.”
Entre as apresentações, uma participação especial trouxe ainda mais significado ao momento. Karolina Oleniski Basso, ex-aluna do projeto e uma das integrantes da primeira edição em 2016, retornou aos palcos para cantar com os professores e inspirar os novos participantes. “A música sempre fez parte da minha vida. Eu canto desde os meus sete anos e fui convidada a participar do projeto justamente para incentivar outras crianças a participarem também”, contou. Para ela, o Música para Todos é mais do que arte, é política pública essencial. “O projeto atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, com pouca ou nenhuma perspectiva de futuro, e mostra para eles um mundo mais colorido e cheio de oportunidades.”
Além das apresentações dos alunos, o festival contou com grupos convidados, como a banda do Grupo Reviver, a Guarda Mirim e a Lyra dos Campos. A iniciativa é realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e do Ministério da Cultura, com o apoio da Vara da Infância e Juventude de Ponta Grossa e produção executiva da ABC Projetos Culturais.
A juíza Noeli Salete Tavares Reback, titular da Vara da Infância e Juventude, destacou o impacto social do projeto. “A ideia do projeto é justamente resgatar esses meninos e meninas, principalmente aqueles mais vulneráveis. O nosso objetivo é que, ao tocar uma música, eles aprendam alguma coisa e levem para a vida. Que aquele dedilhar nas cordas de um violão, de alguma maneira, melhore a vida deles”, afirmou. Ela reforçou ainda a transformação percebida entre os jovens. “A gente percebe uma mudança de comportamento, um olhar mais avançado e uma motivação maior para desenvolver outras atividades, seja no ambiente escolar ou familiar.”
Criado em 2016, o Música para Todos já atendeu mais de 600 jovens em Ponta Grossa, oferecendo aulas de violão, teclado, guitarra, ukulele, contrabaixo, flauta, bateria e percussão, além de noções de harmonia, melodia e ritmo. As aulas, que também estimulam disciplina, autoestima e trabalho em grupo, são ministradas por professores dedicados em espaços como o CEU das Artes e o Centro da Música.
Em 2025, o projeto alcançou 90 alunos de 9 a 17 anos, vindos de instituições como o Grupo Reviver, Casa do Piá, Francisclara – Resgate da Criança e da Família, Casa Lar, Irmãos Cavanis, Instituto João XXIII, Instituto Duque de Caxias (Guarda Mirim) e o Programa de Semiliberdade de Ponta Grossa.
Com informações: Assessoria
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