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Dia Internacional do Contador de Histórias: Lucélia Clarindo fala sobre sua trajetória, Bando da Leitura e o encanto das narrativas

  • Foto do escritor: culturacaopg
    culturacaopg
  • 20 de mar.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de mar.


Foto: Arquivo Bando da Leitura| Lucélia Clarindo
Foto: Arquivo Bando da Leitura| Lucélia Clarindo


No dia 20 de março, o mundo celebra o Dia Internacional do Contador de Histórias, homenageando aqueles que mantêm viva a tradição oral e encantam diferentes gerações com suas narrativas. Em Ponta Grossa, uma das vozes mais conhecidas nesse universo é a de Lucélia Clarindo, criadora do Bando da Leitura. Apaixonada por histórias desde a infância, ela compartilha sua trajetória e a influência desse ofício em sua vida e na comunidade.


Uma descoberta natural


Lucélia conta que sua vocação para narrar histórias foi percebida ainda na infância. “Minha mãe dizia que com seis meses eu já contava histórias. E como ela não está entre nós, não poderia pedir mais detalhes sobre, mas mãe é mãe, né.”


O reconhecimento como contadora de histórias veio gradualmente, a partir dos convites para compartilhar narrativas. “Essa descoberta foi aos poucos, quando as pessoas me chamavam para contar histórias. Foi quando a Jacqueline Mattos, escritora, me falou, juntamente com o também contador de histórias, Antônio Nildo, em meados de 1989, mais ou menos. Em 2002, numa feira de livros aqui em PG, ouvi um menino me chamando como Contadora de Histórias…”


Quando as histórias criam laços


A arte de contar histórias transformou não apenas a vida de Lucélia, mas também a das pessoas ao seu redor. “Em muito. Na minha vida fui descobrindo minhas próprias histórias, motivando meus filhos e minha filha. E o maior impacto foi recentemente, no Dia da Mulher, na sala de aula da Rosa Serena, minha neta, quando a professora perguntou quem era a mulher que ela mais admirava. Ela respondeu: ‘Minha avó porque ela conta histórias e me deixa tomar sorvete a hora que eu quero’.”


A nova geração e o encantamento pelas histórias


O tempo passa, mas a paixão das crianças pelas histórias continua. No entanto, Lucélia percebe uma mudança na forma como os pequenos interagem com as narrativas. “A diferença é que gostam mais de participar e fazer parte da história. Mas as crianças amam ouvir histórias e não importa a idade.”


O nascimento do Bando da Leitura


O Bando da Leitura surgiu de forma espontânea, impulsionado por duas ex-alunas de Lucélia, que não queriam perder o contato com os momentos de leitura compartilhada. “A criação do Bando foi por duas meninas, ex-alunas da escola onde trabalhava com mediação de leitura. No início de 2007, quando souberam que eu não iria mais trabalhar na escola, vieram até minha casa e perguntaram se poderiam vir ler comigo. Topei. Dia 14 de março, vieram, e o que era para ser um dia… já dura 18 anos.”


O projeto se expandiu ao longo dos anos, criando novas vertentes para diferentes públicos. “Afeta com afeto. Atendendo a pedidos, já criamos o Junte-se ao Bando, onde as escolas agendam para vir até aqui, o Bando Mulheres, onde as mulheres ‘se’ encontram, e o Bando Saudade, para as mais de 60... E estou pensando num Bando de adultos... Em breve.”



Foto: arquivo Bando da Leitura
Foto: arquivo Bando da Leitura


Reconhecimento e crescimento do Bando da Leitura

O impacto do Bando da Leitura foi reconhecido nacionalmente. Em 2008, o projeto conquistou o prêmio Pontos de Leitura e, em 2025, o título de Ponto de Cultura. A iniciativa reúne diversas pessoas envolvidas com o fazer artístico e segue crescendo.


Lucélia se orgulha do legado construído e das mensagens recebidas ao longo dos anos. “Recebo muitas mensagens de quem já passou por aqui, contando como o Bando ajudou na sua profissão, estimulando a leitura e na afetividade do encontro.”

E, para ela, o segredo do sucesso está na essência do grupo. “Por isso que o bom do Bando é que o Bando é bom!”



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