As comemorações que marcam os meses de junho e julho são ricas em referências históricas e culturais
O período das festas juninas e julinas é um dos mais esperados do ano. Em termos de festa popular, perde em tamanho apenas para o Carnaval. Entre os seus destaques, estão as comidas típicas, roupas a caráter, danças e brincadeiras para as crianças.
De acordo com Josué Artigas Machado Junior, Coordenador Pedagógico do Marista Escola Social Curitiba, a data estimula o caráter lúdico e a diversão, entre outros aspectos fundamentais para o desenvolvimento infantil. “As brincadeiras são essenciais para a socialização, é por meio delas que a criança se relaciona com o mundo e estabelece laços afetivos. Além disso, é uma ocasião para o aprendizado das raízes culturais, históricas e geográficas das festividades”, explica.
As celebrações juninas são recheadas de cultura e história, e seus primórdios datam do período da Idade Média. Conheça 5 curiosidades sobre o período junino:
1 - Por que temos festas juninas e julinas?
As festas juninas são uma adaptação dos rituais pagãos que celebravam o solstício de verão, transformadas pela Igreja Católica em festas dedicadas aos santos São João, Santo Antônio e São Pedro. Em Portugal, a celebração recebia o nome de festa joanina, em referência a São João. Quando foi introduzida no Brasil, foi rebatizada de festa junina, pois acontecia no mês de junho.
Já a festa julina, além de se chamar assim devido ao mês de ocorrência, julho, é celebrada porque, aqui no Brasil, decidimos que o segundo mês do inverno pede por mais comemorações e quitutes.
2 - As comemorações ocorrem no país todo?
As diferentes regiões do Brasil comemoram o São João de diversas maneiras, com suas próprias comidas juninas. No Nordeste, são realizadas festas enormes, com shows e muito forró. O “arraiá” de Campo Grande, na Paraíba, é considerado a maior festa junina do país. No Norte as celebrações também são intensas: são encenadas histórias folclóricas, como a lenda do Boto e a tradição do Boi-Bumbá, e existe uma dança típica chamada Carimbó, que mistura elementos das culturas indígena, africana e portuguesa.
No Centro-Oeste, há tradições como a lavagem dos santos homenageados nas festas e apresentações de Cururu, com danças e cantigas sobre eles. Na região Sudeste, as quermesses se destacam, e por fim, no Sul, marcado pelo frio dessa época do ano, ouve-se muito sertanejo e vanerão acompanhado de fogueiras e quentão.
3 - As festividades como conhecemos hoje são um apanhado de diferentes culturas
De seu início como festival repleto de fogueiras que marcava o início do verão, na Europa, a festa junina se tornou uma celebração dos santos católicos em agradecimento pela colheita bem sucedida. Depois, incorporou elementos como a quadrilha, que vem da dança francesa quadrille, e, ao ser trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses, adicionou aspectos da cultura indígena ao fundir-se com a festa tupi do milho, que ocorria em agosto e marcava o início do ano novo.
É daí que vieram a maioria dos quitutes juninos, como canjica, ou mungunzá; pamonha; pipoca; bolo de fubá e milho-verde. Até mesmo o quentão é uma influência de uma bebida guarani chamada cauim, feita de milho fermentado.
4 - Outros países também têm comemorações semelhantes
Principalmente na Europa, muitos países mantêm as tradições juninas. Alguns exemplos são Portugal, Alemanha, Noruega, Dinamarca e Polônia. Entre os elementos em comum com as nossas festas, estão a quadrilha, as fogueiras e a homenagem a São João.
5 - A origem das bandeirinhas
No início, bandeiras com imagens de São João, Santo Antônio e São Pedro eram espalhadas para decorar as festividades. Elas foram gradativamente se transformando nas bandeirinhas pequenas e coloridas que se tornaram tão características do período junino.
Da Assessoria
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