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Chiquinho D’Alembebe ganha vida em animação com estreia no Cine PG

  • Foto do escritor: culturacaopg
    culturacaopg
  • 29 de ago.
  • 3 min de leitura

Roda de Conversa sobre o curta| Foto: Maria Malucelli| CulturAção
Roda de Conversa sobre o curta| Foto: Maria Malucelli| CulturAção

O menino de Itaiacoca está de volta e agora, em movimento. Na quinta-feira (28), as editoras ponta-grossenses Arte Telúrica e ABC Projetos Culturais apresentaram no Cine PG o curta-metragem Chiquinho D’Alembebe em: A verdade sobre Vila Velha, primeira adaptação audiovisual das histórias criadas pela escritora Marivete Souta.


A produção conta com recursos de acessibilidade — audiodescrição, Libras e legendas ocultas via aplicativo MLoad, para que pessoas com deficiência visual e auditiva também possam acompanhar a aventura. Criado há 16 anos, Chiquinho já protagonizou 14 livros e soma mais de 30 mil exemplares em circulação no Paraná. Negro, com 8 anos de idade e morador de um distrito rural, ele traz nas histórias traços da cultura local, memórias e lendas da região.


Para Marivete, o personagem carrega a força da identidade e das raízes. “A identidade de um menino com raízes no campo e construída com as histórias da região e da cultura, conexão com o meio ambiente e sua preocupação com a preservação fez com que ele tivesse esse potencial para ir além e chegar às telas”, explica.


O roteiro e a direção de produção do curta ficaram sob responsabilidade de Alessandra Bucholdz. Ela destaca que o maior desafio foi adaptar a narrativa para a linguagem audiovisual. “O maior desafio é a linguagem, porque a gente sai de uma linguagem impressa, onde você tem referências diferentes daquelas que tem do audiovisual. Então a gente precisou fazer uma adaptação inclusive na linguagem visual do Chiquinho”, conta, explicando que a plástica do personagem foi redesenhada para atender às exigências da animação.


A história, inspirada na lenda de Vila Velha, traz novidades no papel de Aracê, figura tradicionalmente retratada como vilã. Alessandra detalha que essa foi uma escolha consciente para atualizar a mensagem da narrativa. “Nós buscamos manter essa essência através do resgate da memória regional [...] reposicionamos uma das principais personagens da lenda, que era vista como uma sedutora, uma vilã... e é uma lenda que é um retrato também de uma sociedade mais machista. Então a gente reposiciona o papel da Aracê a partir de revelações feitas durante o curta”, afirma, convidando o público a assistir para descobrir essas mudanças.


Outro cuidado importante foi com a inclusão. Alessandra lembra que o acesso à cultura ainda é limitado para parte da população. “A gente teve uma preocupação muito séria em relação a isso. [...] A cada 10 brasileiros, um tem algum tipo de deficiência. É um público muito grande para ficar excluído das produções culturais”, observa.


Para Marivete, ver Chiquinho nas telas é também um resgate pessoal. A escritora conta que o personagem nasceu das histórias inventadas para entreter seus filhos. “Ele é na verdade uma extensão de mim. Do que eu gostaria de falar, do que eu gostaria de fazer pela cultura, de ensinar, de contar para as crianças, a questão do meio ambiente também, ele tem uma identidade muito de cuidar do meio ambiente.”


Ao acompanhar de perto a adaptação, Marivete se encantou com as novas camadas dadas à lenda e à personagem Aracê. “Ela agora vem com uma perspectiva diferente, que não é mais a mulher sedutora que veio ser a vilã da história, mas a cuidadora da Vila Velha. A essência da lenda está ali, mas a identidade dela muda nessa nova linguagem”, explica.


Para ela, mais do que um lançamento, o curta é uma forma de manter vivas as histórias da região. “As crianças precisam ter essa identificação para valorizar as raízes, valorizar a cultura, para cuidar e compartilhar. Porque senão as histórias morrem. As crianças são as disseminadoras da nossa cultura.”


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