Mesmo com máquinas e novas tecnologia, o bordado à moda antiga encontra espaço
O trabalho de um bordadeira ponta-grossense tem chamado a atenção nas redes sociais. É na página Transbordo Amor, no Instagram, que a Carina Araújo, de 28 anos, divulga suas artes. Entre os bordados mais pedidos estão os nomes de bebês e porta-alianças, alguns reproduzem fotografias e se destacam pela riqueza do trabalho manual. Mesmo com máquinas e novas tecnologia, o bordado à moda antiga encontra espaço.
A paixão pelo bordado é de família. A avó Juracy bordava, e foi vendo a mãe, Maria, que Carina começou a dar os primeiros pontos. “Minha mãe entrou pra um clube de bordado com outras mulheres, e elas iam na praça do Monteiro pra bordar juntas e conversar. Ela me mostrou os bordados que fazia durante as aulas e eu achei tão lindo. Logo me interessei e pedi para ela me ensinar como fazia”, conta a filha.
Logo que começou a bordar, Carina percebeu que tinha habilidade para o trabalho. “Minha mãe ficou admirada com o primeiro bordado que eu fiz, e eu fiquei tão empolgada que queria aprender novas técnicas”, relembra. A jovem começou a buscar referências, ver vídeos e conversar com outras bordadeiras para desenvolver sua própria técnica. Logo, começaram a surgir as primeiras encomendas, para pessoas próximas.
Há dois anos, e por incentivo da mãe, Carina começou a divulgar os trabalhos que fazia na internet e começou a investir mais nos bordados que até então eram só um passatempo. O nome da marca ‘Transbordando Amor’, resume o sentimento colocado em cada trabalho. “Eu queria um nome que fosse afetivo, que demonstrasse o carinho com que as peças são feitas”, conta a artesã.
Os pedidos que chegam são variados, natureza, frases, logomarcas, trechos de músicas, personagens de desenhos e séries, entre outros. Mas os que mais se repetem são os com nomes de crianças e os porta-alianças – geralmente, com o bordado feito a partir de uma foto dos noivos.
Esses bordados que reproduzem fotografias são os que mais se destacam pela riqueza de detalhes. Para fazer o bordado Carina conta com a ajuda de uma desenhista que faz o contorno da foto no computador.
“Eu sempre amei os bordados de foto, porém eu não tenho material e não sei fazer os desenhos das fotos, e com a parceria com essa desenhista, a Isabela Hess, eu consegui colocar isso em prática. Eu mando a foto da cliente, ela faz o desenho e eu bordo. Eu uso a tela do computador, coloco o tecido na frente e desenho com uma caneta que apaga com o calor”, detalha Carina.
A maioria dos bordados é feito com bastidor – um anel, normalmente, de madeira, mas Araújo também faz os desenhos em colares e chaveiros. Cada pedido leva em média cinco dias para ficar pronto, isso porque Carina, que é formada em Educação Física, trabalha como educadora social, além de cuidar de uma tia de 74 anos, o que faz com que o tempo para as produções fique apertado.
Os valores de cada peça variam de acordo com o tamanho e das características do bordado, mas os menores, de 8cm, giram em torno de R$40, e os maiores, com bastidor de 30cm, custa em média R$150
Por Dani Ribeiro
TERIA UM CONTATO DE WHATS?