Saiba o que é o “Teatro de Contêiner” e a mobilização nacional formada para mantê-lo
- culturacaopg
- há 12 minutos
- 2 min de leitura

O Teatro de Contêiner Mungunzá, espaço cultural e social instalado desde 2016 no centro de São Paulo, enfrenta um impasse com a Prefeitura Municipal sobre a permanência no terreno que ocupa. O local, próximo à região da Cracolândia, é alvo de um projeto de revitalização que prevê a construção de moradias e áreas de lazer.
A situação ganhou repercussão nacional após a ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na última terça-feira (19), que retirou à força artistas e membros da ONG Tem Sentimento de um prédio anexo ao teatro, utilizando gás de pimenta. Segundo a organização do espaço, o imóvel servia para armazenar equipamentos e pertences utilizados nas atividades culturais.
“O Ministério da Cultura e a Funarte manifestam veemente repúdio à ação policial empreendida pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo para retirar artistas do Teatro de Contêiner e membros da ONG Tem Sentimento de um prédio anexo ao terreno onde ficava o muro que cercava a Cracolândia, na Luz, região central de São Paulo, na tarde dessa terça-feira (19)”.
A administração municipal afirma que o prédio anexo, interditado e com previsão de demolição, havia sido invadido por um grupo que utilizava um acesso clandestino a partir do teatro. “A GCM realizou nessa terça-feira (19) uma operação na Rua dos Protestantes para a desocupação de um imóvel localizado ao lado do Teatro de Contêineres. O prédio, que está interditado e será demolido pela Prefeitura de São Paulo, foi invadido por um grupo de pessoas que utilizava um acesso clandestino feito a partir do terreno do teatro. Diante da invasão e da negativa para desocupação do imóvel, foi necessária uma intervenção por parte das forças de segurança”, disse a GCM, em nota.
O grupo responsável pelo espaço solicita que o terreno seja transferido para a Secretaria Municipal de Cultura e que a situação seja regularizada. No entanto, a prefeitura mantém o prazo para desocupação até esta quinta-feira (21), alegando já ter oferecido dois outros imóveis para a instalação do teatro, rejeitados pela companhia por não atenderem às necessidades de suas atividades.
O Ministério da Cultura também pediu a prorrogação do prazo, mas, até o momento, não recebeu resposta. “Em ofício, até agora sem resposta, enviado ao prefeito Ricardo Nunes pela ministra da Cultura, Margareth Menezes e pela presidente da Funarte, Maria Marighella, foi solicitada a ampliação do prazo dado pela prefeitura para o despejo do coletivo artístico de sua sede, de modo a permitir que os entendimentos iniciados junto à Superintendência do Patrimônio da União para a busca de novo terreno pudessem resultar positivamente”, diz a nota do Minc.
O Teatro de Contêiner Mungunzá, que nasceu como sede da Cia. Mungunzá, tornou-se ao longo dos anos um polo de múltiplas linguagens artísticas e iniciativas sociais. Reconhecido por sua atuação em áreas como cultura, direitos humanos, educação e urbanismo, o espaço já recebeu o Prêmio APCA na categoria “Especial” pelo projeto de ocupação de um terreno abandonado no bairro da Luz.
Com informações: Ministério da Cultura e Teatro de Contêiner Mungunzá
Comments