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Casal de cantores se apresenta em semáforos de PG para melhorar a renda

Em cada sinal fechado, uma janela de carro se abre para escolher e apreciar uma música na voz de Danny & Gabriel


Casal de cantores se apresenta em semáforos de PG para melhorar a renda. Foto: Cassio Murilo

Os cantores sertanejos Gabriel Alexandre da Rosa, natural de Ponta Grossa, e Dannyela Carvalho, natural de Foz do Iguaçu, são casados e formam a dupla Danny & Gabriel. Depois que a pandemia arrasou o setor de eventos em todo o Brasil, os dois encontraram uma forma inusitada de continuar se apresentando: em semáforos. Quem já passou pelos cruzamentos mais movimentados da cidade – como o do Palladium Shopping Center ou o da esquina da Vicente Machado com a Paula Xavier – provavelmente já viu a dupla em ação.


Funciona assim: o casal se aproxima do carro, apresenta-se e pergunta qual é o estilo musical predileto do motorista. Caso o condutor entre na onda e responda, os músicos se viram nos 30 para apresentar uma faixa conhecida do estilo pedido. Se gostar da performance do casal, o motorista pode ajudar com uma contribuição em dinheiro. “Pedem rock, flashback, funk, sertanejo… Fica a critério da pessoa”, explica Gabriel.


A dupla se apresenta tanto em semáforos de Foz do Iguaçu quanto de Ponta Grossa. O casal relata que, mesmo com as diferenças culturais de cada cidade, a recepção do público é sempre calorosa, um sinal, na visão deles, do poder da música para tocar as pessoas. “A música é algo que entra em qualquer lugar, é maravilhoso”, comenta o cantor, que também toca violão nos “shows”.


Em relação às diferenças entre se apresentar no semáforo ou nos palcos, a proximidade com o público é a primeira questão lembrada pelo músico. “O palco é um lugar que te mantém fisicamente distante das pessoas. No semáforo, apesar da pandemia, a gente consegue sentir a pessoa olhando no olho e, com isso, sentimos também a emoção que a gente transmite”, conta Gabriel, que já viu motoristas chegarem tristes e, depois de ouvirem o casal cantar, saírem felizes, alguns até com lágrimas nos olhos.


“Se precisar, a gente percorre o Brasil inteiro cantando nos semáforos. A gente pretende voltar para os bares porque é uma questão de segurança, mas a gente não vai largar do semáforo”, garante.


"No semáfaro, a gente consegue sentir a pessoa olhando no olho", diz Gabriel. Foto: Cassio Murilo

Pandemia

Oficialmente residentes em Foz do Iguaçu, Gabriel e Dannyela têm uma longa atuação no ramo da música. Os dois se apresentavam em cerca de quatro a cinco bares por semana, segundo Gabriel. Mas aí veio a pandemia, bares foram fechados, eventos foram cancelados e tudo ficou mais difícil para os que dependem de lugares que geram aglomeração. Para piorar, Dannyela, que também era camareira, foi dispensada do hotel onde trabalhava. Nesta situação, o casal resolveu ir para o semáforo de violão em punho e cantar para os motoristas.


Questionado sobre o que poderia ser feito para minimizar a difícil situação enfrentada pelos músicos na pandemia, Gabriel lembra da importância de eventos como os festivais de música. “Isso precisa ser resgatado de imediato quando tudo passar. Mas, enquanto não acontece, não pode ser esquecido. De todos os setores, acho que os artistas são os mais atingidos”, observa o músico, que também enfrenta dificuldades com as redes sociais. “A gente ralou muito para ter seguidores. E, quando a situação alavancou, começou a despencar o número e travou em uma quantia que não aumenta nem diminui, independente de quantos perfis novos passem a nos seguir”, lamenta.


Aproveitando, clique aqui para seguir a dupla no Instagram.


Dupla se apresentava em cerca de quatro e cinco bares por semana antes da pandemia. Foto: Cassio Murilo

Lei do retorno

O casal ficou conhecido em junho deste ano, quando Gabriel deu comida e a sua própria blusa a uma pessoa em situação de rua, em Foz do Iguaçu. O caso foi noticiado na televisão e ganhou espaço nas redes sociais. “Enquanto seres humanos, não podemos deixar esfriar o amor. A atitude que eu tive não foi nada além do normal que deveria ser”, avalia.


Naquele momento, o casal enfrentava dificuldades. Gabriel vendia paçoca no semáforo para garantir o seu sustento e o de Dannyela, pois o seu violão havia sido roubado. Com a repercussão do gesto, a dupla recebeu sete violões através de doação. “Alguns a gente doou, um eu dei para o meu pai e alguns a gente ficou para fazer trabalho em estúdio também”, conta Gabriel, que reforça a importância do “colher o que se planta” quando falando sobre o seu gesto de amor ao próximo. “Foi a ‘lei do retorno’. A gente promoveu para o universo e ele promoveu para a gente de volta”, conclui.


Contato

WhatsApp: 045999675890


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