Animação Glorinha do Meu Quilombo percorre escolas municipais e leva mensagem de identidade e resistência
- culturacaopg
- 2 de out.
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Após emocionar o público em seu lançamento no Cine PG, a animação Glorinha do Meu Quilombo ganhou novo destino: as salas de aula da rede municipal de Ponta Grossa. O filme, que retrata a trajetória de Wilson Ferreira dos Santos e sua ligação com a Colônia Sutil, foi exibido em nove escolas da cidade, despertando reflexões sobre pertencimento, cultura e memória quilombola.
No evento de estreia, estudantes e comunidade participaram de um debate sobre a obra. Entre os relatos, o depoimento da jovem Ludimila Cruz (17) se destacou. “Minha mãe morou no quilombo sutil até os 14 anos da vida dela. E ver este projeto é muito glorificante, porque eu sou estudante de Magistério e eu vejo que este material é o que falta atualmente na cena pedagógica. Levar este material para as crianças mostra que quilombos existem, que quilombos são resistência e, para aquelas crianças que residem nesses territórios, que não sintam vergonha de quem elas são, das histórias que elas têm”.
Idealizado pela multiartista Ligiane Ferreira, filha de Wilson, o projeto buscou unir arte, educação e memória. A produção foi pensada como ferramenta de fortalecimento da identidade quilombola e da educação antirracista, em sintonia com a Lei 10.639/03, que determina o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Com linguagem acessível e estética poética, a animação encantou crianças e professores, aproximando diferentes gerações da história de um quilombo com 171 anos de existência. Ligiane ressalta: “a comunidade tem muito orgulho de integrar um quilombo com 171 anos de história”.
A equipe do projeto também promoveu rodas de conversa com os estudantes, ampliando o diálogo sobre identidade e ancestralidade. “Encerramos o projeto Glorinha do Meu Quilombo, uma animação que conta a história do Quilombo Sutil, em Ponta Grossa, e acompanha a jornada de Seu Wilson Ferreira, em um retorno simbólico às suas origens. Mais do que recontar uma trajetória, o filme celebra as raízes quilombolas e o pertencimento”, explicou Ligiane, que também atua como educadora.
A circulação passou pelas escolas municipais Deodoro Alves Quintiliano, Cristiane Levandoski, Adelaide Thome Chamma, Zahira Catta Preta Mello, Leopoldo Pinto Rosas, Coronel Cláudio, Djalma de Almeida César, Orival Carneiro Martins e Edgar Sponholz. Ao fim da ação, Ligiane destacou: “Tivemos a honra de compartilhar essa obra com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental I da rede pública de Ponta Grossa. Foram momentos de trocas e aprendizados que reforçam a importância de valorizar as histórias e as nossas origens. Nosso agradecimento especial às escolas que nos acolheram”.
O projeto é uma realização do Coletivo Fiandeiras, viabilizado pelo Edital de Chamamento nº 01/2024 – Apoio a Projetos de Fomento em Arte e Cultura – PNAB.
Com informações: Assessoria
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