O sistema, além de realizar a filtragem do ar destes ambientes, também funciona como sanitizador de superfícies
Com o avanço da pandemia, as pesquisas por soluções contra a COVID-19 estão em todas as partes. Desde as vacinas até tratamentos, a corrida para barrar a pandemia envolve também a criação de equipamentos. Por meio de tecnologia de ponta, pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) criaram o CoronaVap, equipamento que filtra o ar contaminado de ambientes internos com circulação de pessoas. Desenvolvido no Laboratório de Fabricação Eletrônica (EFAB) do Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN) do campus Curitiba, o sistema, além de realizar a filtragem do ar destes ambientes, também funciona como sanitizador de superfícies.
Coordenado pelo professor Fernando Castaldo, o projeto utiliza descargas elétricas e atração eletrostática das partículas que recebem estas cargas para eliminar o vírus. A descarga elétrica é combinada com injeção de água atomizada em uma câmara de ionização e simula os mesmos processos que ocorrem em tempestades que exterminam patógenos por um mecanismo denominado peroxidação, eliminando desde poeira, aerossóis e pólen até bactérias e o foco principal do projeto: o vírus.
“Este é o grande diferencial do CoronaVap. A produção dessas cargas ocorre em presença de injeção de água atomizada, o que produz uma reação similar às descargas atmosféricas em dias chuvosos, causando a exterminação de vírus e bactérias. Na sequência, um campo elétrico interno arrasta esses corpos para a parede interior da máquina e as aprisiona em uma lâmina de água circulante. O ar desinfectado passa ainda por um filtro antes de ser devolvido ao ambiente”, explica o professor.
Projeto começou para ajudar a sociedade Castaldo explica que o projeto nasceu logo no início da pandemia, quando a UTFPR se mobilizou em busca de soluções que contribuíssem para a redução da disseminação da doença, sobressaindo-se na proposição de projetos de desinfecção na tentativa de mitigar ou reduzir o contágio: “A UTFPR bancou, inclusive, com recursos próprios, algumas iniciativas nesse sentido e, em seguida, o MEC aportou R$1 milhão para a continuidade destes e a proposição de outros trabalhos” lembrou o professor.
Para quais tipos de ambientes o CoronaVap foi criado? O uso é recomendado em locais com pouca ventilação e grande circulação de pessoas, como recepções hospitalares, clínicas, UPAs, supermercados e farmácias.
Especialistas atestam a eficácia
O equipamento passou por testes controlados realizados nos laboratórios da própria instituição, tendo alcançado resultados para desinfecção bacteriológica superiores a 99%, resultado que já garante excelentes propriedades sanitizantes, de acordo com estudos publicados na área: “Estão previstos ainda testes em laboratórios certificados para obtenção das necessárias homologações para uso comercial, sobretudo com base em critérios da ANVISA. O fato é que o equipamento funciona muito bem e, em breve, estará presente em diversos ambientes.”
O equipamento pode ser aprimorado e produzido para disponibilização ao mercado a partir de cooperações com o setor privado. A UTFPR direciona as ações necessárias para a efetivação de parcerias. Os termos do licenciamento podem ser ajustados caso a caso e os interessados podem entrar em contato com as respectivas direções de campus ou universidade para mais informações.
Fontes: Divulgação/UTFPR
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