Equipe do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre concorre com projeto sobre extratos vegetais e biofilme orgânico
Uma equipe de quatro estudantes de Toledo, no Oeste do Paraná, é finalista da 8ª edição do
Prêmio Respostas para o Amanhã(Solve for Tomorrow), que estimula professores e estudantes do Ensino Médio de escolas públicas de todo o País a identificar problemas reais e desenvolver soluções baseadas em ciência e tecnologia.
Alisson Rodrigo Klauck, Gabrieli Monique Campos, Laís Furlanetto Bilert e Maria Eduarda Belotto, do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, concorrem com mais nove equipes dos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina com projetos inovadores de soluções para as áreas da saúde, sustentabilidade e segurança pública.
O prêmio é uma iniciativa da Samsung, tem coordenação do Cenpec Educação (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e parceria da Unesco no Brasil, Reduca (Rede Latino-Americana pela Educação) e OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos), além do apoio do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação).
Serão três vencedores pelo júri popular e outros três vencedores nacionais definidos por avaliação da comissão julgadora. A votação popular está aberta a partir desta sexta-feira (12) e vai até 17 de novembro pelo siterespostasparaoamanha.com.br. A cerimônia de anúncio dos vencedores da 8ª edição vai acontecer em 18 de novembro.
PROJETO -O projeto paranaense finalista é “Extratos vegetais e biofilme orgânico: uma alternativa sustentável”, desenvolvido para produção saudável e conservação de alimentos. Na prática, a iniciativa é a união de dois projetos do Clube de Ciências da escola: a produção de biofilme para fazer com que os frutos tenham maior tempo de prateleira e a utilização de extratos vegetais como controle alternativo de pragas e fungos.
“Eles decidiram unir o projeto do biofilme, que é a preservação dos frutos no pós-colheita, e tentaram minimizar o impacto desses fungos no pré-colheita. Então, o processo começa lá na horta, com produção orgânica, saudável, e faz aplicação do biofilme para que esse fruto dure mais tempo sem uso de agroquímico. Não poluir nem antes e nem depois da colheita, produzindo frutos saudáveis”, resume a professora e orientadora do projeto, Dionéia Schauren.
EXTRATOS - Já testados em laboratório, os extratos foram aplicados também em quatro diferentes testes de campo, na horta do clube: na pré-colheita de berinjela, pré-colheita de morango e teste alelopático com diversos tipos de sementes de pimenta e com a tiririca (daninha).
Os extratos foram preparados à base de folhas de Hovenia dulcis (Uva-do-Japão), desidratadas e trituradas até virarem um pó fino, misturado com um litro de água e deixado em um lugar sem incidência de luz por uma semana. “Os extratos foram aplicados na berinjela e no morango para controlar a antracnose, uma doença causada por um fungo que provoca manchas escurecidas e podridão nos frutos. Já a alelopatia é quando uma planta libera substâncias que podem inibir seu crescimento e desenvolvimento”, explica Alisson.
BIOFILME -Para produzir o biofilme foram feitas dezenas de testes com diversos tipos de amidos, algas e extratos, com o objetivo de aumentar o tempo de durabilidade e evitar o desperdício dos frutos. “Os testes se mostraram um sucesso. O biofilme com extrato pau amargo e farinha de tapioca conseguiu conservar os vegetais em até 62 dias, contra 19 sem aplicação”, diz Gabrieli, que já compartilha os resultados do projeto em casa com a avó, que também cultiva uma horta.
É possível conhecer mais sobre o projeto no perfil@bioproductions.prno Instagram ou no vídeo feito para a final o prêmio.
TRABALHO DURO -O projeto finalista do Respostas para o Amanhã já vem conquistando reconhecimento há alguns anos. Em 2021, por exemplo, foram mais de 10 premiações, incluindo o primeiro lugar do Ensino Médio daFetec-SP(Feira de Tecnologia, Engenharia e Ciências de SP) e também na categoria Ciências Biológicas - Ensino Médio, daAfrica Science Buskers Festival.
“As três meninas estão comigo no laboratório desde o 6º ano, já participaram de outros projetos. O Alisson entrou na escola no 8º ano e começou no laboratório no 9º. É uma equipe que não mede esforços para fazer as coisas. Se precisarem, vêm no sábado e domingo fazer medição, ligar ou desligar algum equipamento. Se dedicam, leem muito, pesquisam, são perfeccionistas no que eles querem fazer”, conta Schauren.
Gabrieli ressalta o trabalho coletivo. “Todo mundo faz tudo, limpa horta, prepara os extratos, coleta as folhas, cuida da desidratação no forno, aplica o biofilme em centenas de frutos. É uma família, o dia todo junto”, resume a estudante sobre os colegas de projeto e demais alunos do Clube de Ciências.
EDIÇÕES PASSADAS -A rede estadual do Paraná tem bom histórico no prêmio. No ano passado, por exemplo, o projeto “Reflorestamento utilizando minifoguetes: Pitanga e Ipês”de três alunas do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, de Palotina, foi à fase final (única das 10 na região Sul) e recebeu uma menção honrosa da organização.
Por chegar a final, cada estudante e a professora já ganharam um notebook da marca. Se forem vencedores em alguma das categorias (júri popular ou comissão julgadora), ganham mais produtos da empresa e troféu.
Fonte: Assessoria
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