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Estudo dá pistas sobre lições que a pandemia deixa para a educação

Famílias mudam a percepção quanto ao uso de eletrônicos e devem adotar a tecnologia para atividades extracurriculares

Famílias mudam a percepção quanto ao uso de eletrônicos e devem adotar a tecnologia . Foto: Divulgação/R7

Pesquisa do Instituto Locomotiva e o Descomplica mostra quais foram as lições que a pandemia deixou para a Educação.


O estudo destaca a importância do papel da família e dos professores no processo de aprendizado durante o período de isolamento social e mostra que independente da classe social as questões socioemocionais impactam crianças e adolescentes.


Segundo o estudo, 96% dos alunos que permaneceram estudando tiveram alguém em quem se inspirar — as principais referências foram familiares e professores.


Carlos José Bezerra Pinto "ficou no pé" do filho Kaique, 16 anos neste período de ensino remoto. "Eu emprestava o meu celular pra ele, mas tinha de ficar atento para ele participar da aula e fazer as atividades sem copiar do Google", conta. "Levou um tempo para ele entender que aula online é aula, não dá para levar na brincadeira."


Para Kaique, estudante do primeiro ano do ensino médio, a adaptação ao online foi um processo difícil. "Não sabia como seria, como a escola daria a aula." O jovem, que atualmente também ajuda o pai na oficina de costura da família, conta que sentiu falta dos amigos e da "bagunça na escola".

Como Carlos e Kaique, 99% dos pais acompanharam os filhos na jornada do ensino remoto. O estudo mostra que as famílias foram fundamentais para que os estudantes mantivessem os estudos durante a pandemia — 96% dos alunos que permaneceram estudando tiveram alguém em quem se inspirar (principais referências foram familiares e professores).


A maioria dos pais afirma que que o ensino à distância possibilitou que acompanhassem mais de perto a vida escolar de seus filhos e 70,9% das famílias, por exemplo, afirmaram que assistiram aulas ao lado do filho.


As mães acompanharam mais os filhos nas atividades escolares do que os pais: 94% disseram ter verificado se o (a) filho (a) estava realmente assistindo às aulas (pais foram de 57%); e 93% das mães disseram ter motivados seus filhos para os estudos – o percentual de pais nesse quesito foi de 66%.


"Percebemos que o papel das famílias, em espcial das mães, foi fundamental em todas as classes sociais", destaca Marco Fisben, CEO do Descomplica. "Após o susto inicial, um dos legados da pandemia é uma percepção diferente da tecnologia, 74% dos familiares acham que as aulas online devem continuar como atividade extra ou de reforço e 70% deve ser mantida em atividades extras curriculares."


"O computador ou o celular passam a ser vistos não apenas como fonte de entretenimento, mas também como uma ferramenta para o estudo, houve um investimento maior, em diferentes níveis financeiros, em todas as classes sociais", observa Renato Meirelles, Presidente do Instituto Locomotiva.


Dados

Principais obstáculos durante a pandemia que foram apontados pelo estudo incluem infraestrutura e aspectos emocionais. As barreiras podem ser assim divididas em 80% com falta ou dificuldade de acesso à infraestrutura, 54% ligadas às questões socioemocionais e 16% não tinham letramento digital.


Em dados: 55% foi a ausência de internet no momento da aula. 35% enfrentou alguma dificuldade com plataformas, programas ou aplicativos no momento da aula. 31% sentiram dificuldade por estar longe da escola, 25% falta de equipamento disponível no momento da aula e 17% falta de interesse, motivação.


Também vale destacar que metade dos pais com alunos na rede pública afirmam que seus filhos participaram de todas as aulas à distância durante a pandemia. Na rede privada, esse percentual sobe para 74%. Um terço dos pais admitem que seus filhos não tiveram equipamentos e cômodos exclusivos para estudar durante a pandemia — 6 em cada 10 tinham um aparelho exclusivo e/ou tinham um ambiente exclusivo para assistir às aulas.


Fonte: Assessoria

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