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Escritora de Ponta Grossa lança coleção inclusiva para crianças com deficiência visual e distribui mais de 700 livros no Paraná

  • Foto do escritor: culturacaopg
    culturacaopg
  • há 6 dias
  • 3 min de leitura
Foto: Sara Dalzotto
Foto: Sara Dalzotto

A literatura acessível ganha força no estado com a nova iniciativa da autora ponta-grossense Dione Navarro, que acaba de lançar a coleção “Viajando pelo Reino Encantado”, composta por quatro livros infantis especialmente desenvolvidos para crianças com baixa visão. O lançamento oficial ocorreu em Curitiba, nos dias 1º e 2 de julho, em dois encontros marcantes: no Centro de Atendimento de Educação Especializada Natalie Barraga e no Instituto Paranaense de Cegos (IPC).


Os exemplares – um total de 720 livros – foram entregues à Secretaria de Estado da Educação (SEED/PR), que ficará responsável pela distribuição para 83 Salas de Recursos Multifuncionais e 14 CAEEs (Centros de Atendimento de Educação Especializada) do estado. A produção é da ABC Projetos Culturais, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, por meio da Lei Paulo Gustavo, viabilizada com recursos do Ministério da Cultura – Governo Federal.


Segundo a autora, a inspiração para o projeto surgiu após a experiência com o livro “A Galinha Que Queria Ser Perfumista”, que ganhou versão em braille com a ajuda da Apadevi, de Ponta Grossa. Com base nisso, nasceu a ideia de construir uma coleção sensível às necessidades de leitores com deficiência visual. “A literatura faz parte da vida das pessoas, e se não faz, é uma vida mais triste, então se a gente puder fazer com que a literatura chegue para todos, é excelente”, afirma Anne Goyos Nascimento, diretora do CAEE Natalie Barraga.


A diretora destaca ainda o impacto do material em diferentes faixas etárias: “Não tenho dúvidas que será muito proveitoso com as crianças e os idosos que atendemos, porque ter uma literatura mais acessível vai fazer com que eles se sintam visíveis no mundo”.


Para Cláudia Camargo Saldanha, coordenadora pedagógica de Educação Especial da SEED/PR, ações como essa são transformadoras. “A partir do momento que esses estudantes sentem que eles têm acesso ao material e ao conteúdo, eles automaticamente se sentem mais pertencentes àquele espaço e mais acolhidos”. Ela também destaca o valor pedagógico e regional da coleção: “O material é muito rico, as histórias envolvem regiões do nosso estado, então crianças que estão fora deste contexto, vão ter a oportunidade de conhecer um pouquinho mais”.


Composta por quatro títulos – Aventuras da Xeretinha na Ilha do Mel, Livros de Pedra, O Reino das Portas Fechadas e Rodopiando Versos – a coleção foi desenvolvida com rigor técnico para atender o público-alvo. A equipe editorial seguiu orientações específicas: ilustrações com contornos duplos, cores frias, poucos detalhes e sombreamento mínimo, tudo pensado para garantir melhor leitura visual.


O artista Wagner Muniz, que ilustrou dois livros da série, compartilha a experiência de trabalhar pela primeira vez com esse tipo de demanda: “Quando estamos ilustrando para pessoas que têm a facilidade de leitura, elas compreendem a ilustração por conta das cores… já neste trabalho, tomei cuidado para não exagerar em detalhes, cores e texturas”. Segundo ele, o projeto o motivou a buscar mais iniciativas voltadas a públicos com menos acesso à cultura e literatura.


Além de Muniz, a coleção conta com ilustrações de Waldomiro Neto e Élio Chaves. O projeto, que começa a circular por dezenas de instituições em todo o estado, representa um passo importante na inclusão literária.


Com informações: Assessoria

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