top of page
Foto do escritorculturacaopg

A estética Y2K para a temporada 2021/22

Confira a Coluna Estilo e Moda por Silvana Hass desta semana

Existe uma teoria lógica usada na moda de que tendências costumam voltar. No final dos anos 1990, havia uma espécie de inquietude no ar com o chamado “bug do milênio” o alerta popularizou-se nos últimos meses de 1999, época em que os programas para a internet obedeciam ao padrão tecnológico de computação e padronização.


Os sistemas de software guardavam e interpretavam um formato com dois dígitos de dia/mês/ano que se adotou de maneira global. O problema é que esse padrão não seria alterado, mesmo com o passar das décadas. Mas o fim do século chegou e com ele o "19" deveria ser alterado para "20" e caos se espalhou de que os sistemas da virada do milênio, retornaria a 1 de janeiro de 1900.


O resultado seriam os piores possíveis, os bancos quebraram pois as informações sobre seus clientes simplesmente iriam se apagar do sistema, enfim, ninguém entendia bem o que estava acontecendo e o medo sempre constante na vida do ser humano aborda uma situação apocalíptica.


No contexto desse imaginário não é difícil compreender de que uma pandemia causaria um impacto significativo e a preocupação com o futuro além do abalo econômico, vidas estavam se perdendo, o medo da morte, o desequilíbrio emocional afetando de milhões de pessoas desde o advento do novo coronavírus. De uma hora para outra, a mobilidade das pessoas ficou restrita.


No contexto destes cenários de medo e insegurança eles acabam por assumir funções simbólicas, entre elas o desejo de reconstruir do zero. Essa sigla “ Y2K “ foi resgatada dos anos 2000 onde a moda refletiu um drama esperado que não aconteceu.


Na passarela os avanços tecnológicos na moda com roupas prateadas, tecidos futuristas, cores neon, calças largas grandes, estampas com logotipo da marca ou da grife, sapatos (plataforma), jeans cintura baixa com cinto de correntes.


Mais de vinte anos se passam e o medo retorna diante de um perigo invisível, traz o desequilíbrio emocional com a “COVID 19” embora as reações sejam diferentes ao caos da virada do milênio, impactou a todos de diferentes formas.


O medo nos faz refletir sobre nossa vulnerabilidade entre a vida e morte e um instinto de sobrevivência entra em ação . A moda mais uma vez reflete estas ações onde revive as referências de moda do final dos anos 1990 com a esperança de que tudo pode passar independentemente da situação, com a pandemia entra em cena um elemento complexo e demasiadamente humano: a memória.


Deixar apenas os pensamentos e recordações positivas serem inesquecíveis talvez este foi o maior desempenho da moda para refletir este tempo que se apoiou em suas memórias com a releitura da moda dos anos 2000 ligadas a características do fim de um tempo de incertezas e o início de uma nova era.


Mais do que se debruçar sobre a janela do tempo, é permitir imaginar dias melhores com base nas experiências que já vivemos. É compreender as tendências e os ciclos dos acontecimentos com novas perspectivas .


É hora de abraçar a vida com alegria com roupas nostálgicas diretamente da popularização do "Y2K" com o uso de calças boca larga, cintos de corrente para a cintura usados com calças de cintura baixa, plataformas, cropped e muitas releituras repaginadas deste período da moda que irão tomar conta da temporada.


Por Silvana Hass

コメント


bottom of page